quarta-feira, 29 de julho de 2015

Manchete da pág. 29 de O Estado de São Paulo de 30 de julho de 2000: “Sucessão de fatalidades” causou choque de trens

Explicação é da CPTM para o acidente que deixou 9 mortos e 120 feridos na Estação Perus; técnicos da empresa  tiveram de 8 a 9 minutos para tentar evitar a colisão dos dois trens.

Uma “sucessão de fatalidades” é a explicação dada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para o choque entre trens ocorrido na Estação Perus, zona oeste de São Paulo, na noite de sexta-feira. O acidente deixou 9 mortos e 120 feridos. Cinco pessoas permaneciam internadas em estado grave, ontem.

Uma sindicância promete revelar as causas do acidente em 15 dias, segundo o presidente da CPTM, Oliver Hossepian Salles de Lima. Sabe-se, no entanto, que o trem que colidiu com a composição que estava parada em Perus percorreu 5,5 quilômetros e demorou de oito a nove minutos para causar o acidente. Mesmo assim, não foi possível, segundo a CPTM, evitar a tragédia.

Para o diretor da Companhia, João Roberto Zaniboni, a primeira questão a ser esclarecida é a queda da rede de alimentação elétrica no trecho entre Jaraguá e Perus, na Linha A, que vai do Brás até Francisco Morato, na Grande São Paulo.

A falta de energia foi constatada às 19h15 e o trem VA-127 permaneceu parado no trecho. Estavam na composição apenas o maquinista, identificado como Oswaldo, e o auxiliar Celmo Quintal, um dos mortos no acidente.

Com o tráfego parcialmente interrompido, a CPTM adotou o Programa de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (PAESE). Os passageiros estavam sendo transportados de ônibus no trecho afetado e embarcavam no trem em Perus.

Freios

Ás 21h15, o maquinista avisou o Centro de Controle Operacional que os dois freios começaram a falhar e o trem passou a se movimentar. O trecho Jaraguá-Perus é de descida. Oswaldo desceu do trem e tentou encontrar pedaços de madeira para calçar a composição. Segundo Zaniboni, a central orientou o maquinista do trem VA-145 – que aguardava embarque de passageiros em Perus – que saísse do local. “A partir dali, o trecho inicia uma subida e a composição desgovernada não seguiria adiante”, explicou Zaniboni.

O maquinista não conseguiu partir rapidamente porque as portas do trem estavam abertas por causa do embarque de passageiros. Quando conseguiu condições para partir, a rede elétrica caiu. “O trem desgovernado derrubou duas vezes a corrente”, diz o diretor.

Ainda durante o percurso do trem desgovernado, os técnicos tentaram descarrilar a composição por meio de chaves nos trilhos. Também não deu certo. A orientação seguinte foi de retirar os passageiros do trem.

Segundo Zaniboni, muitos conseguiram sair. A composição, com oito vagões, chegou a estação com auxiliar a bordo, arrancou a passarela de pedestres arrastando-a por 150 metros e bateu violentamente no trem parado. O auxiliar de maquinista morreu na hora.

Apenas a perícia poderá revelar a velocidade alcançada pela composição. Um os vagões foi lançada para cima e destruiu parte da estação. Muitos passageiros foram atingidos por tijolos, telhas e pedaços de ferro retorcidos.

Indenização

O presidente da CPTM garantiu que a companhia vai indenizar todos os feridos e as famílias das vítimas. “Daremos toda a assistência possível”, declarou. Os valores serão analisados individualmente.

O Secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado, Cláudio de Senna Frederico, esteve no local durante a madrugada e disse que muitas são as perguntas e poucas as respostas. A principal é saber se houve falha humana ou técnica.

Comentário do SINFERP
Na mesma edição, e sob o título Para Covas CPTM “nunca teve tanta qualidade”, o governador, que esteve no local do acidente por volta das 10h45 do dia 29, garantiu “que o choque não foi provocado por problemas na linha dos trens, uma vez que toda a via permanente do trecho entre as estações Jaraguá e Perus e as composições foram trocadas nos últimos meses”.

Depois disso, como de costume, entrou em cena a operação “abafa”, e não se falou mais nisso. De qualquer modo, inaugurava-se a blindagem em torno da administração da CPTM. Empresa modelo, exemplo de qualidade, perfeita, etc. Inaugurava-se também a tendência, naquele momento ainda tímida, de empurrar as “causas” ao fator humano. Mais tarde inventaram novos personagens: vândalos e sabotadores.

Em 19 de novembro de 2012 – 12 anos depois do acidente - a CPTM foi condenada a indenizar as vítimas do acidente, e tudo acabou ai. Ficou o dito pelo não dito.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Segurança da vida ou do patrimônio?

Aumenta a violência contra usuários de trens metropolitanos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Aumenta na sociedade como um todo.

No caso de trens e metrôs, porém, há um aspecto que vem sendo negligenciado, e que merece ser trazido à luz do conhecimento de ferroviários, metroviários e principalmente de usuários.

Quem é responsável pela segurança dos usuários desde o momento que passam pelas catracas de uma estação até saírem do sistema pelas catracas de outra?

Resposta clara e inequívoca: as operadoras – CPTM, SuperVia, Metrô SP e Metrô Rio.

A segurança é um quesito inerente ao contrato de transporte. O usuário não paga apenas para ir de um lugar a outro, mas igualmente para ir e chegar com segurança.

Não existe, portanto, essa história de identificar o agressor, como se ele fosse o responsável pela agressão. Ele é perante as autoridades policiais, mas não perante os direitos do usuário agredido. A responsabilidade pela segurança do usuário é da operadora, e ela responde por eventuais agressões sofridas pelos usuários dentro do sistema.  Direito de consumidor, e fim de conversa.  Isso também é verdadeiro em caso de falhas e de acidentes. Ele não paga conviver com falhas, acidentes e nem com agressões.

É igual quando vamos a um cinema, supermercado, banco ou restaurante. Qualquer coisa que aconteça conosco dentro desses estabelecimentos, é de responsabilidade do cinema, supermercado, banco ou restaurante.

Por que os sistemas de segurança adotados pelas operadoras não funcionam? Por que prevalece a mentalidade patrimonialista. Câmeras de vigilância e seguranças próprios e terceirizados estão a serviço da proteção do patrimônio das operadoras, e não dos usuários. Para que servem as câmeras nas estações e trens se não são monitoradas em tempo real, e com “olhar” para a segurança dos usuários? Servem para que? Para que seja possível identificar disfunções a posteriori?

Pedir para o usuário fazer uso de seu celular para denunciar irregularidades? Isso expõe o usuário a risco, além de ser ridículo pretender que ele saiba o número do carro e a nome da próxima estação. Ele pagou para viajar em segurança, e não para exercer função de segurança.

Incrível que em tempo de tantas tecnologias nada exista que possa efetivamente assegurar a segurança do usuário, e no momento que tal segurança se faça necessária. Preventiva, sempre que possível.

Se não houver uma mudança de mentalidade nas pessoas que “pensam” a segurança de trens e metrôs, e a situação ficará cada vez pior.

Interessante que sobre isso não se manifesta promotor público, políticos, e menos ainda a nossa brilhante imprensa.

Para nós, ferroviários e metroviários, isso precisa ficar claro. Não podemos fazer parte desse jogo, dentre outros motivos porque seremos dele também vítimas. A nossa integridade, bem como a de nossos usuários, é o bem maior a ser preservado.


quinta-feira, 19 de março de 2015

terça-feira, 17 de março de 2015

Conheça aqui, por algumas imagens, a nova sede do SINFERP

Rua Lourenço Collino 79 - bairro Presidente Altino - Osasco. Uma rua tranquila em um bairro tranquilo. Nada de trânsito, de "muvuca" e fácil para estacionar veículos.

Fachada da sede - número 79. Os fios da rua enfeiam a paisagem, mas nada que possamos fazer em relação a isso.

Área de entrada coberta

Corredor lateral que dá acesso da entrada aos fundos por passagem externa

São três salas de trabalho no andar superior. Uma delas...

Outra....

e outra.

Corredor do andar superior

Cozinha, que dá acesso aos fundos

Copa tornada sala de reuniões

Sala de estar tornada recepção

Quintal com árvores frutíferas e espaço de uso social para futura utilização

Área de serviço, edícula e quintal vistos do andar superior da sede

Uma área de serviço externa e uma edícula, que ficam entre a sede e o quintal.

Três banheiros espaçosos, bem aparelhados e muito higiênicos.
A área externa nos fundos, que serviu e bem para acomodar diretores e familiares na festa de posse, mostrou-se útil até mesmo para aventura de dança para os mais animados.
Tem até um cãozinho abandonado que adotou o SINFERP como morada. Como chegou muito sujo foi chamado de SUJINHO.  Depois de um banho, porém, descobriu-se que a aparência de sujinho é natural, mas o nome ficou. Bonzinho, camarada, recepciona a todos que chegam com carinho e efusividade. Para quem não gosta de cães, a efusividade é considerada um certo exagero.


domingo, 15 de março de 2015

SINFERP tem nova diretoria para o período 2015-2020

Maioria dos membros da nova diretoria do SINFERP
Em festa que reuniu diretores e familiares, foi empossada hoje, na sede do entidade em Presidente Altino, Osasco, SP, a nova diretoria do SINFERP - Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Transporte de Passageiros da Zona Sorocabana -, composta por: Éverson Paulo dos Santos Craveiro, Carlison Cesário da Silva, Paulo Eduardo Moretti, Almir Ferreira Bezerra, Carlos Alberto Alves Moura, Antônio José de Almeida, Ruy Lázaro Ferreira, João Carlos Pinheiro dos Santos, Manuel José Cavalcanti, Levi Lopes dos Santos, Domingos Lo Monaco, Natália Fernandes do Nascimento Gabriel, José Floriano de Araújo Junior, Laerso Leal da Silva, Carlos Alberto Carreiro, Heliano dos Santos Rocha, Francisco Eudes de Melo, Rodrigo Marques Rodrigues, Roberto da Silva, Sérgio de Souza Sobrinho, Douglas Cavalcante e Fred Madureira.

No solenidade de posse a diretoria reafirmou o compromisso de lutar pelos interesses dos ferroviários, mas também dos usuários de transporte de pessoas sobre trilhos, assim como de empenhar-se no resgate da memória e história das ferrovias.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A minuta do PPR 2014

Eis a minuta do Acordo Coletivo do Programa de Participação nos Resultados - PPR 2014. 

Observe, nela, que vários indicadores, dentre eles o "referente ao planejamento estratégico", fogem à responsabilidade direta dos desempenhos dos ferroviários.