Na assembleia da noite de 16 de
abril, informamos aos presentes a ausência da CPTM na mesa redonda com ela
agendada para a tarde da mesma data na DRT-SP.
Apresentamos fotos e vídeos que comprovam a nossa presença no quinto e
último encontro “negocial” da CPTM e os demais sindicatos, o impedimento ao
nosso ingresso e participação sob o argumento de que a empresa estaria presente
na DRT-SP. Isso não aconteceu e sem nenhuma explicação, diferente da primeira
ausência, quando foi apresentado documento assinado pelo próprio presidente da
CPTM, no qual reitera o convite para a nossa presença na mesa da empresa, e que
se mostrou falso, pois fomos impedidos de entrar. Tudo isso está documentado, e
disponível para quem quiser consultar, em nossa sede de Osasco.
A assembleia da noite de 16 de
abril autorizou os dirigentes do sindicato a aguardar o andar dos
acontecimentos, e ficou decidido que convocaremos uma nova assembleia até o
final do corrente mês, exceto se fatos novos anteciparem tal decisão. Não
podemos esquecer que os demais sindicatos aguardam por um novo pronunciamento
da CPTM, que aparentemente encerrou as negociações com eles na quinta rodada, o
que não ocorreu até a publicação deste texto. Talvez alguma sondagem, e que é
comum nas negociações.
Falamos sobre muitas coisas, mas
não serão aqui publicadas, pois seria um desrespeito aos presentes à
assembleia, e serviriam de pista de ações para o “outro lado”. Afinal, se a
CPTM não divulga seus planos estratégico e tático, porque seríamos nós tolos a
ponto de fazer o contrário?
A única coisa certa é que
agiremos, mas os ferroviários das linhas 8 e 9 precisam entender que o que será
feito, e quando, deve ser decidido de véspera, de surpresa.
O que fica claro hoje,
principalmente quando se observa as datas de contrato dos “negociadores”
externos, é que o desalojamento de nossa sede social, perseguições, punições e
demissões de alguns de nossos dirigentes já fazia parte do plano maior da
empresa, visando nos deixar de fora do processo “negocial” que se aproximava. Afinal,
o objetivo da CPTM era – e como continua sendo - justamente o de não negociar,
mas de apresentar um “prato feito”. Foi esse o motivo de não termos aceitado
esse jogo de cartas marcadas, e tentado atrair os “negociadores” da CPTM para a
DRT, contando, certamente, com a ausência deles, uma vez que, em campo aberto e
neutro, teriam que realmente negociar, isto é, trocar.
A lógica dos “negociadores” chega
a ser simplista: 1) liquidam um e negociam com três sindicatos; 2) vão para a
mesa com prato feito; 3) deixam para o final as cláusulas que realmente têm
impacto econômico (de interesse dos ferroviários); 4) fecham a negociação na
quinta rodada (deixando de fora as cláusulas que ficaram para o final); 5) esperam
que os descontentes corram para a Justiça, onde as cláusulas mais importantes
para os ferroviários não serão nem mesmo apreciadas.
O que ficará de fora? PCS, REFER, Plano de saúde e PPR, pois dependem de negociação direta, embora PPR seja discutível, mas... Talvez um dinheirinho a mais do que o reajuste apresentado pela CPTM, mas tudo irá parar por ai.
O inesperado, para eles, é que não conseguiram nos liquidar e, agora, os “negociadores” terão que administrar um cenário inicialmente imprevisto: 1) três sindicatos querem reabrir a negociação e 2) um sindicato quer iniciar a negociação. Os demais sindicatos podem reclamar que a CPTM não “negociou” até a exaustão, mas não podem negar que negociou. Quanto ao nosso, não podemos – e nem a CPTM – dizer que faltou exaustão, uma vez que a “negociação” nem mesmo iniciou. Convidaram-nos para o campo “deles”? Sim. Nós não fomos até a quarta rodada, mas os convidamos duas vezes para o campo oficial e público (e não “nosso”), e eles não foram.
Mas, afinal, se nossa pauta não é tão discrepante da dos demais sindicatos, por que os “negociadores” da CPTM não querem apreciá-la? Porque, dentre outros motivos, a nossa tem uma cláusula que é tudo que a CPTM não quer nem mesmo discutir: "Criação de um colegiado independente, reconhecido pela CPTM, e sem ônus para a empresa, dotado de regimento próprio, com a indicação de membros indicados por sindicatos e associações de ferroviários de trens metropolitanos, da OAB, da indústria ferroviária, e de outras instâncias organizadas da sociedade, com atribuições de fiscalizar projetos, contratos, investimentos e aplicação de recursos na empresa, bem como de acompanhar sindicâncias de falhas e acidentes, com pleno acesso a informações, direito a questionamentos, fiscalização e emissão de pareceres, a ser criado em até 30 dias após a assinatura do ACT 2013/14”.
Dentre os ferroviários reinam dúvidas e descontentamentos. Sabem que os “negociadores” não dão um passa-moleque apenas em seus órgãos representativos, mas em toda a categoria. Esse sentimento leva muitos de nós a falar em greve, mas esse recurso extremo faz parte do cardápio de expectativas dos “negociadores”. Sabem que, como trabalhadores de “serviços essenciais”, nós não teremos, no Judiciário, os direitos plenos das demais categorias. Eles não são negociadores, mas demandistas, e tudo o que mais desejam é que esse pacote termine nos Tribunais. São, portanto, previsíveis, mas não necessariamente criativos. E nós?
Vamos deixar as coisas andarem um pouco mais. Quanto a nós, continuamos abertos à negociação com a CPTM (não temos nenhum receio de lidar com os “negociadores” contratados pela empresa), e sempre dispostos a caminhar com os demais sindicatos, mantendo respeito à autonomia de cada entidade. Prova disso é que estamos convocando assembleia, junto com a Central do Brasil, em frente à estação Brás, no dia 25 próximo (quinta-feira) às 19 horas.
Espero contar com a presença em massa dos ferroviários das linhas 8 e 9. Apenas o volume de ferroviários nas assembleias é capaz de servir de indicativo de descontentamento da categoria, capaz de merecer alguma atenção da CPTM e do governo do Estado de São Paulo.
Éverson Paulo dos Santos Craveiro
O que ficará de fora? PCS, REFER, Plano de saúde e PPR, pois dependem de negociação direta, embora PPR seja discutível, mas... Talvez um dinheirinho a mais do que o reajuste apresentado pela CPTM, mas tudo irá parar por ai.
O inesperado, para eles, é que não conseguiram nos liquidar e, agora, os “negociadores” terão que administrar um cenário inicialmente imprevisto: 1) três sindicatos querem reabrir a negociação e 2) um sindicato quer iniciar a negociação. Os demais sindicatos podem reclamar que a CPTM não “negociou” até a exaustão, mas não podem negar que negociou. Quanto ao nosso, não podemos – e nem a CPTM – dizer que faltou exaustão, uma vez que a “negociação” nem mesmo iniciou. Convidaram-nos para o campo “deles”? Sim. Nós não fomos até a quarta rodada, mas os convidamos duas vezes para o campo oficial e público (e não “nosso”), e eles não foram.
Mas, afinal, se nossa pauta não é tão discrepante da dos demais sindicatos, por que os “negociadores” da CPTM não querem apreciá-la? Porque, dentre outros motivos, a nossa tem uma cláusula que é tudo que a CPTM não quer nem mesmo discutir: "Criação de um colegiado independente, reconhecido pela CPTM, e sem ônus para a empresa, dotado de regimento próprio, com a indicação de membros indicados por sindicatos e associações de ferroviários de trens metropolitanos, da OAB, da indústria ferroviária, e de outras instâncias organizadas da sociedade, com atribuições de fiscalizar projetos, contratos, investimentos e aplicação de recursos na empresa, bem como de acompanhar sindicâncias de falhas e acidentes, com pleno acesso a informações, direito a questionamentos, fiscalização e emissão de pareceres, a ser criado em até 30 dias após a assinatura do ACT 2013/14”.
Dentre os ferroviários reinam dúvidas e descontentamentos. Sabem que os “negociadores” não dão um passa-moleque apenas em seus órgãos representativos, mas em toda a categoria. Esse sentimento leva muitos de nós a falar em greve, mas esse recurso extremo faz parte do cardápio de expectativas dos “negociadores”. Sabem que, como trabalhadores de “serviços essenciais”, nós não teremos, no Judiciário, os direitos plenos das demais categorias. Eles não são negociadores, mas demandistas, e tudo o que mais desejam é que esse pacote termine nos Tribunais. São, portanto, previsíveis, mas não necessariamente criativos. E nós?
Vamos deixar as coisas andarem um pouco mais. Quanto a nós, continuamos abertos à negociação com a CPTM (não temos nenhum receio de lidar com os “negociadores” contratados pela empresa), e sempre dispostos a caminhar com os demais sindicatos, mantendo respeito à autonomia de cada entidade. Prova disso é que estamos convocando assembleia, junto com a Central do Brasil, em frente à estação Brás, no dia 25 próximo (quinta-feira) às 19 horas.
Espero contar com a presença em massa dos ferroviários das linhas 8 e 9. Apenas o volume de ferroviários nas assembleias é capaz de servir de indicativo de descontentamento da categoria, capaz de merecer alguma atenção da CPTM e do governo do Estado de São Paulo.
Éverson Paulo dos Santos Craveiro