Usuários no leito da via entre Carapicuíba e Miguel Costa |
No dia 26 de abril, recebemos
denúncias feitas por passageiros e funcionários da CPTM que, entre as estações
de Carapicuíba e Miguel Costa em São Paulo, havia pessoas fazendo uso de drogas
no leito da linha férrea, como também, andando pelos trilhos.
“Eles atravessam na frente dos
trens ,dançam , fazem brincadeira e sentam na via”, declarou um funcionário
que não quis ser identificado.
Nosso Sindicato esteve no local e
comprovou os riscos a qual estão sujeitos os funcionários, passageiros e os
próprios usuários da droga.
Sem Intervenção - Usuários no leito da via entre Carapicuíba e Miguel costa |
De acordo com quem utiliza dos
trens diariamente, o problema está se agravando a cada dia.
“Antes isso era visto mais na parte
da noite, agora, a qualquer hora do dia eles estão por ali”, finalizou o
funcionário.
Por se tratar de uma questão municipal
e de invasão aos domínios da ferrovia, nossa assessoria de imprensa procurou a
CPTM, com o objetivo de saber se haviam sido tomadas providências a respeito da
retirada dessas pessoas da via, como também, o respaldo de segurança dado aos funcionários
e passageiros que circulam diariamente entre as duas estações.
Usuário correndo sobre os trilhos em Santa Terezinha Carapicuiba - São Paulo |
Em nota à imprensa do nosso
Sindicato, a CPTM respondeu que tem tomado providências para coibir a presença de pessoas, usuários
ou não de drogas, em toda a linha férrea. Equipes de segurança têm atuado ao longo do trecho entre as
estações General Miguel Costa e Carapicuíba, na Linha 8-Diamante, fazendo um trabalho para que as
pessoas deixem o local. Essas intervenções são realizadas preservando o
respeito e a dignidade humana. Após a saída dos viciados, as equipes da CPTM ficam
posicionadas de forma preventiva ao longo da via para evitar o retorno dos
invasores.
Também informou que no 27 de março, foi realizada audiência na 3ª vara cível de Carapicuíba,
com a presença do prefeito de Carapicuíba, representantes da COHAB, CPTM,
Ministério Público e da Defensoria Pública para tratar do assunto. Ocasião em
que o prefeito se comprometeu a demolir as edificações construídas em áreas de
risco e que causaram a queda do muro de vedação da faixa ferroviária.
Onde estão as equipes de segurança? Trecho entre Carapicuíba e Miguel Costa |
Em relação aos maquinistas, a empresa respondeu que todos são treinados para agir em
ocorrências. Nos casos que envolvem diretamente pessoas, o Centro de Controle
Operacional (CCO) é informado e encaminha equipes de segurança para fazer o
atendimento no local.
Comentário
Camila Mendes – Usuária de Trem e Jornalista
Crianças nos trilhos Santa Terezinha - Carapicuíba (SP) |
A portaria desta
estação não tem nenhum tipo de segurança por parte da empresa, os portões ficam
o tempo todo aberto, as pessoas que residem na comunidade circulam tranquilamente
no pátio, correm pelos trilhos para chegar à plataforma e embarcarem nos trens
sem pagar as passagens, crianças soltam pipas próximas à rede aérea. O absurdo
é tão grande que, até criação de galinhas existe dentro do pátio de Santa
Terezinha.
Mas voltando a questão
da cracolândia dos trilhos...
Sobre as equipes de
segurança que ficam ao longo do trecho, minha pergunta é, onde estão? Em nenhum
momento durante nossa apuração vimos qualquer tipo de intervenção para coibir o
acesso dessas pessoas na linha férrea.
Pensando na pior das
hipóteses, me pergunto, caso um maquinista atropele uma dessas pessoas, será
que não haverá revolta por parte dos demais? Um linchamento? E os passageiros,
não sofreram retaliações?
Também penso que, se caso
o maquinista não for alvo da revolta dos usuários da droga, será que não será
alvo da imprensa que, por sua vez cobrará a empresa que, como amostra de dever
cumprido vai demiti–lo por justa causa?
Mandar equipes de
segurança da própria empresa, também, não é a solução mais adequada, afinal, não
é possível prever a reação de alguém sob o efeito de drogas, como também, a reação
dos vendedores desta, não é mesmo? Dentro do meu entendimento, isso é um caso
de policia.
Preservar e respeitar a
dignidade humana são um dos principais objetivos do nosso Sindicato, afinal, além dos usuários da droga, os
funcionários e os passageiros são o que ? Daí o nosso questionamento
à empresa.