Acreditando que o Acordo Coletivo assinado entre CPTM e os
sindicatos dos Engenheiros e de São Paulo, seria empurrado goela a baixo dos
sindicatos dos ferroviários da Sorocabana e da Central do Brasil, o governo de
São Paulo imaginou que os trabalhadores das linhas 8, 9, 11 e 12 enfiariam o
rabo no meio das pernas, e que seus representantes - Sorocabana e Central –
acompanhariam de cabeça baixa o que ele, governo, acertou com os dóceis e
convenientes.
Dispostos a reabrir as negociações, ferroviários e
dirigentes sindicais da Sorocabana e Central promoveram assembleias,
discutiram, votaram propostas e mantiveram serrada a luta em torno do objetivo
de conter o desejo do governo, de expandir a todos os ferroviários os conteúdos
que decidiu junto aos sindicatos dos engenheiros e de São Paulo.
Depois de insistentes tentativas, inclusive em audiências de
conciliação promovidas pelo TRT-SP, e sempre frustradas pela persistente
negação do governo de São Paulo, não viram outra alternativa que não fosse
recorrer ao recurso extremo da greve.
Visando abreviar o período de greve, e penalizar os
sindicatos indóceis, o governo levou a questão ao TRT-SP, e a greve foi julgada
na tarde de ontem.
O contrário do que poderia imaginar o governo Alckmin, cujo
representante (terceirizado, como de costume) no TRT-SP falava na aplicação de
multa e 500 mil reais aos sindicatos inconformado, o TRT-SP, que acompanhou a
intransigência do governo até mesmo nas audiências de conciliação, julgou a
greve LEGAL E NÃO ABUSIVA.
Os ferroviários retomaram suas atividades, certamente, pois
o objetivo da greve era fazer com que suas reivindicações fossem julgadas, já
que não passíveis de discussão com o governo de São Paulo.
Conseguiram os ferroviário, no mesmo julgamento da greve,
que suas reivindicações sejam julgadas na próxima quarta-feira, 19 de junho, às
13h30.
Queremos registrar nossas desculpas a todos os usuários, e
assegurar que os esforços paraimpedir a greve foram imensos, e que fizemos
emprego desse recurso apenas depois de esgotadas as tentativas de negociação
com o governo do Estado de São Paulo. Prova do que estamos afirmando é que o
próprio Tribunal reconheceu isso, implicitamente, em sua sentença.
Queremos agradecer a todos os ferroviários que estiveram de
corpo e alma envolvidos nesse desgastante movimento, e esperamos ter trabalhado
a altura para compensar tamanho esforço de todos.
De qualquer forma, vencemos uma batalha, mas não ainda a
guerra.
Pedimos, portanto, a todos os ferroviários que puderem, para
que compareçam no julgamento de nossas reivindicações, e que acontecerá no
TRT-SP, às 13h30 da próxima quarta-feira.
Compareça, vá vestido com seu colete, leve um documento de
identidade, e assista ao vivo e em cores o desenrolar do julgamento.
No final do julgamento, como fizemos ontem, realizaremos uma
breve assembleia em frente ao prédio do TRT.
Quem sabe se, além da alma lavada diante do descaso e da
intransigência do governo do Estado de São Paulo, não saiamos na quarta também
com melhores perspectivas para a nossa vida pessoal, familiar e profissional.