segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sindicato e empresa se reúnem para tratar pendências da negociação do ACT 2012/2013


A campanha salarial acabou. Porém, restaram algumas pendências da negociação que, desde 20 de julho, estão sendo avaliadas e discutidas entre os Sindicatos e a empresa. Dentre as questões pendentes – o PPR 2013 e o PCCS.

Confira tudo o que aconteceu  até aqui!

Primeira e Segunda Reunião – PCCS gera discussão e Sindicato diz que os engenheiros estão sendo favorecidos.

Durante a primeira reunião em 20 de julho, foi tratada a validação do cronograma das discussões e a entrega da minuta do ACT que regulamenta a utilização do ponto eletrônico na CPTM, para que as entidades sindicais analisassem e se manifestassem a respeito até a data da reunião seguinte em 27/07/2012.

Em 27 de julho foram discutidas: a elaboração do pagamento do PPR 2013, para protocolo no CODEC até 30/09/12, a apresentação do PCCS em atendimento ao Termo de Audiência nº 067/12 do TRT, e a análise dos Sindicatos em relação à minuta que regulamenta o ponto eletrônico, entregue na reunião anterior.

Sobre o PPR 2013: Primeiramente, foi entregue as entidades uma apresentação do programa. Em seguida a empresa iniciou uma breve explicação sobre os indicadores e informou que o material disponibilizado dá condições para elencar os melhores índices, como também, solicitou a cada Sindicato, sugestões para melhoraria do PPR.

Nosso Sindicato pontuou algumas questões. Entre elas, a legislação – Decreto 56.877/2011, e a data limitada para mandar o PPR aos Órgãos de Governo - sobre o artigo 8º, e questionou se o que ficou discutido com a CPTM seria encaminhado junto com o estudo.

Também falou dos problemas de publicidade do assunto, e citou como exemplo o indicador “intervalo dos trens” – Índice colocado no passado que gerou divergências com os empregados, devido à forma explicada pelo gestor.

O Sindicato reforçou ainda que, agora é o melhor momento para trabalhar essas questões com objetivo de obter o sucesso do PPR, já que a empresa está apresentando o material para estudo.

Em resposta a empresa disse que é sempre assinado com os Sindicatos o acordo do PPR e esclareceu que as pessoas elaboraram os indicadores, são os técnicos que trabalham com eles. Também, falou da necessidade de organização para ter sucesso na questão, e que pode trazer esses técnicos para apresentar a informação de forma mais didática e esclarecedora, e propôs que o material entregue fosse analisado, dando o prazo de até o dia 06/08/2012, os Sindicatos passarem por e-mail suas sugestões e dúvidas.

Na sequência a empresa começou a apresentação do PCCS.

Inicialmente, falou do PCS, do estudo da FGV em 2007, demonstrou a cronologia do processo, abordou como ficou o plano no último encaminhamento ao CODEC, definiu alguns conceitos, demonstrou o formulário de avaliação do desempenho e informou que a atual administração solicitou uma pesquisa salarial e que foi contratada a Deloitte. Mencionou a pesquisa realizada no Metrô - Do comparativo da CPTM com o Metrô e com o mercado.

Nossa entidade falou sobre o fato do Presidente do Sindicato dos Engenheiros - Sr. Murilo, fazer parte do Conselho de Administração da CPTM e favorecer no PCCS, a categoria dos engenheiros, implantando o piso de 8,5 salários mínimos.

A CPTM defendeu-se dizendo que isso não ocorreu. Que foi levada em conta somente a pesquisa de mercado, usando como exemplo, a dificuldade em contratar médicos, engenheiros, etc. Em seguida, desconversou, e voltou a apresentar e falar das carreiras.

O Sindicato mais uma vez interveio e disse não ter visto na apresentação os cargos e atividades que estão na estrutura e são específicos, como é o caso da carreira de logística criada pela segurança. O Sindicato questionou como esta será enquadrada. Ainda sobre isso, discutimos sobre ter algumas atividades específicas regulamentados na CLT e a empresa não respeitar a legislação.

Quanto ao dimensionamento e escala de trabalho, nosso Sindicato solicitou maiores informações, porém, a CPTM respondeu que no PCCS isto não está previsto, já que ele visa apenas o estudo e não a quantidade de cargos.

A empresa entregou o estudo na íntegra aos sindicatos, e informou que não dará para discutir caso a caso. Atendendo a um pedido do nosso Sindicato, a empresa também se comprometeu a enviar o estudo por e-mail, para que se pudesse ter uma melhor visualização dos gráficos.  

Em relação à minuta do ACT que regulamenta a utilização do ponto eletrônico, nosso Sindicato informou que encaminhou um e-mail em 24/07/12 com considerações, e que este não foi recebido na CPTM. Também reforçou sua posição, dizendo preferir juridicamente um ACT especifico sobre o assunto.

Terceira Reunião – PPR 2013: Sindicato pede objetividade e pede discussão imediata dos indicadores individuais.

Em 08 de agosto, foi realizada mais uma reunião entre os Sindicatos e a empresa.O objetivo foi esclarecer dúvidas referentes ao material de PPR 2013 – entregue durante a segunda reunião (27/07/12).

Foi apresentada a tabela dos indicadores e elencado os dados dos e-mails enviados pelos Sindicatos.

Nosso Sindicato solicitou esclarecimentos quanto aos “indicadores corporativos” – o que são e como será calculado, e referente ao indicador “custo unitário por carro” – para discutir os possíveis amortecedores dos índices apresentados pela empresa e discussão dos índices individuais.

Em vista que apenas duas entidades se manifestaram a respeito, a empresa reforçou que precisa da contribuição de todos para um resultado satisfatório.

Aproveitando a oportunidade, nosso Sindicato comentou sobre o decreto e o prazo para apresentação do pleito, e falou que houve um alinhamento entre as entidades referente à proposta enviada pelo Sindicato dos Engenheiros.

Informamos que o Metrô encaminhou e já tem uma proposta de pagamento, e que não podemos apenas ficar observando, lembrando ser o primeiro ano que a CPTM está abrindo o material, portanto, essas discussões devem ser levadas pelo lado mais fácil.

A empresa iniciou falando sobre a busca por indicadores factíveis, citando o artigo quarto, inciso um, que obriga a existência de um indicador econômico, e que no inciso dois, estabelece a obrigatoriedade do indicador de satisfação (pesquisa), para que os seguintes sejam vinculados ao planejamento estratégico. 

Finalizando, a CPTM disse que todo ano o PPR tem que ser pedido e justificado, e que se houver engajamento ficará melhor para todos, inclusive com a sugestão do nosso Sindicato.

O Sindicato falou da dificuldade em ficar com decretos e imposições, e sugeriu que o melhor a ser feito é inverter a posição e tentar ter uma compreensão do trabalho já apresentado - face o tempo exíguo.

Na sequência, a CPTM propôs manter os indicadores de 2012, talvez colocando mais algum, com a intenção de ganhar tempo e disse existir índices verificados mais pontualmente pelos Órgãos de Governo.

Tentou esclarecer a questão através da apresentação da tabela de custo mensal. De acordo com empresa, o objetivo é demonstrar a ponderação que é realizada e exigida pela CPS e o CODEC. Também propôs estabelecer os indicadores e discutir as metas juntamente com os Sindicatos.

Mais uma vez nosso Sindicato pediu objetividade e discussão imediata dos indicadores individuais, pois, o que interessa é negociar e garantir um valor mínimo de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) - para o PPR e sua a sua distribuição. Já as metas, podem ser discutidas posteriormente, pois, independem do indicador.

Finalizando a reunião, a CPTM disse que vai fechar os indicadores e apresentar a todos por e-mail, incluindo as metas, e se necessário marcará uma reunião, e posteriormente será agendada outra discussão sobre a forma de pagamento e condição mínima, tendo como objetivo fechar a proposta e encaminhar aos 
Órgãos de Governo para deliberação.

Quarta Reunião – A novela do Empréstimo Bancário

Realizada no dia 10 de agosto, a quarta reunião teve como objetivo discutira cláusula de Empréstimo Bancário.

Aberta a discussão, a CPTM explicou sobre exclusividade do Banco do Brasil e o fato da empresa estar impossibilitada de negociar até 2016 por ser dependente do Estado, e que a única solução é o repasse para os sindicatos.

Primeiramente, nosso Sindicato explanou sobre a questão jurídica abusiva dessa exclusividade com o Banco do Brasil. Na sequência, informamos que contatamos o Banco Alfa e que precisaríamos saber da segurança da margem consignável, para efetivação de um convênio.

Também falamos do exemplo do Metrô, onde o próprio Banco Alfa juntamente com o Sindicato dos Metroviários, conseguiu derrubar esta exclusividade através de uma liminar, porém, ressaltamos que a reunião era para tratar a operacionalização interna com a CPTM.

A empresa lembrou que o empregado já tendo um empréstimo, não poderá fazer outro, e informou que existem vários descontos de empréstimos com o Banco do Brasil e que a margem consignável é de 30%.

O Sindicato demonstrou um exemplo de como fazer a operacionalização administrativa quando o empregado já tem um empréstimo, porém sem utilizar toda a sua margem consignável.

Ainda sobre isso, questionamos qual é a taxa que o Banco do Brasil opera na margem consignável conveniado com a CPTM.

Em resposta, a empresa informou que o banco tem suas taxas normais e as do empréstimo consignável.

Quanto à operacionalização, em casos de convênios firmados entre as entidades e outros bancos, a CPTM disse que receberá um documento do Sindicato, assinado pelo empregado, porém, caso este já tenha empréstimo não poderá fazer outro, portanto, não repassará o desconto ao Sindicato.

A empresa informou ainda, que o sistema bloqueia mais de um empréstimo. Agora, caso o empregado não tenha empréstimos, a CPTM repassa o valor para o Sindicato, quando este for feito com um banco conveniado a entidade. De acordo com ela, isso ocorre, porque não é possível repassar o valor direto para o outro banco e esclarece que os pagamentos são feitos pelo SIAFEM, portanto, só pode ser feito diretamente ao Sindicato.

Nosso Sindicato perguntou como poderíamos amarrar esta questão e, como garantir que o valor solicitado pelo empregado esteja dentro da margem consignável.

Em resposta, a CPTM informou que não sabe como responder a esta questão, e que em parceria com a área do DRHP vai pensar em como pode ser procedimentado, escrito e analisado pelo Jurídico.

Todos os Sindicatos solicitaram que a empresa, apresente na próxima reunião o documento de exclusividade com o Banco do Brasil e qual a taxa de juros. A empresa comprometeu-se com maior breviedade, estimado em 20 dias consecutivos, fornecer as respostas solicitadas.

Quinta Reunião – Sindicato apresenta contra proposta quanto a licença para acompanhamento 
médico familiar

A quinta reunião, realizada no dia 24 de agosto, tratou da cláusula 035 – Licença para Acompanhamento Médico e Familiar.

Inicialmente, a CPTM apresentou proposta de excluir o primeiro paragrafo assinado no acordo coletivo de 2010/2011 – onde o empregado compromete-se a compensar as horas não trabalhadas , devido a ausência para acompanhamento médico-familiar, até o final do mês subsequente ao da ocorrência. Em seguida apresentou uma adequação para redação do terceiro paragrafo do ACT 2010/2011, que caso aceito, passara ser o segundo da cláusula.

Como o paragrafo prevê a ressarcimento de horas não trabalhadas, nosso Sindicato apresentou uma contra proposta a respeito, reivindicando a extensão para as mães e pais que detenham a guarda de filhos até seis anos, sem necessidade de compensação.

Com base nas reivindicações, a CPTM informou que vai efetuar um levantamento do impacto econômico-financeiro da proposta recebida e submeterá a apreciação da direção da empresa, o mais breve possível, comunicando aos Sindicatos o resultado desse estudo. 


Por Camila Mendes