A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi criada através de uma fusão entre a FEPASA, CBTU e REDE FERROVIÁRIA FEDERAL para atender o transporte ferroviário de trens de passageiros urbanos. Passou por grandes dificuldades, pois herdou linhas férreas e estações em condições ruins e, para elevar a qualidade da prestação de serviços à população, contou com o profissionalismo e experiência dos ferroviários. Com eles cresceu e bateu recordes no número de passageiros transportados.
A população não sabe, mas boa parte da manutenção dos trens da CPTM é realizada por empreiteiras (e não pela própria CPTM), embora fazendo uso das dependências da CPTM.
- E eu com isso? – poderá você perguntar.
Mesmo não sendo usuário da CPTM você está pagando essa conta e, se for usuário, correndo riscos de acidentes, além de financiar as empreiteiras.
Por que pagamos todos essa conta?
Se a CPTM tem oficinas próprias, ferramental próprio e um quadro próprio de funcionários especializados, porque precisa pagar para as empreiteiras o que ela mesma pode fazer? Estranho, não é? Só uma delas, a CTRENS (CAF) custa aos cofres da empresa R$ 4,5 milhões por mês.
Como funcionam as empreiteiras? Como qualquer empresa elas querem faturar. Como fazem isso? Não gastam nada com dependências, instalações, máquinas, equipamentos e ferramentas (pois tudo isso é da CPTM), contratam funcionários sem formação específica e sem nenhuma identidade profissional com ferrovia, ganham muito comprando peças e equipamentos “genéricos”, e mandam a conta para a CPTM. Trabalham, portanto, com tudo de “segunda”, e mandam fatura de “primeira”.
Quem paga? Os usuários da CPTM, mas também a população não-usuária, uma vez que a tarifa é em parte subsidiada com dinheiro público, isto é, de todos nós.
Aos usuários, além de bancar o lucro das empreiteiras – embutidos na tarifa direta e social -, ainda corre o risco de viajar em trens supridos por peças “genéricas”, nos serviços de manutenção praticados por funcionários igualmente “genéricos”.
É dever social do Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana e da Central do Brasil, trazer ao público essa informação, e direito legítimo lutar para que essa prática seja revista e extinta.