O governador Alberto Goldman (PSDB) admitiu, em 19 de Agosto de 2010, que as composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanas (CPTM) têm defeitos e fixou o prazo de dois anos para resolvê-los. Horas antes da declaração, cerca de 25 mil pessoas haviam sido afetadas por falhas em composições das linhas 7 (Rubi) e 8 (Diamante).“A CPTM é produto de um velho sistema e tem ainda defeitos desse velho sistema”, afirmou Goldman, explicando que a companhia foi formada a partir da união de três ferrovias. As composições que circulam na Linha 8, que liga Itapevi, na Grande São Paulo, à Estação Júlio Prestes, no centro, por exemplo, têm 30 anos.
Um desses trens já havia apresentado defeito na manhã anterior (18/08/10), na Estação Itapevi. A CPTM informou que os trens pararam por uma falha elétrica e que o problema foi resolvido em uma hora.
O transporte de passageiros entre as estações Jaraguá e Perus ficou parado entre 7h55 e 10h, porque um pantógrafo de uma composição, equipamento que liga o trem à rede elétrica, ficou preso nos cabos aéreos, causando a queda do fornecimento de energia. No trecho, ônibus levaram as pessoas, de acordo com a CPTM.
Passageiros deixam trem na linha 7 (Rubi) (Foto: Filipe Araújo/AE) A partir das 9h50, os trens circularam por uma única via, com intervalos longos e maior tempo de parada nas estações, segundo a companhia. O sistema foi normalizado às 16h05. No dia 10, uma falha elétrica prejudicou, por sete horas, o transporte de passageiros na Linha 11-Coral, que faz o trajeto entre a estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, e a Luz.A ocorrência de três defeitos em nove dias foi definida como “uma infeliz coincidência” pelo presidente da CPTM, Sérgio Avelleda. “Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. São causas diferentes, linhas diferentes.
O próprio Metrô tem seus problemas, também. É uma contingência que todo sistema de transporte de massa tem”, afirmou.
Os sindicatos dos ferroviários discordam. “Na linha 8, a manutenção dos trens foi terceirizada. É uma frota antiga, cheia de especificações. Os funcionários novos não têm a agilidade dos antigos”, afirma Everson Craveiro, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.
Os sindicatos dos ferroviários discordam. “Na linha 8, a manutenção dos trens foi terceirizada. É uma frota antiga, cheia de especificações. Os funcionários novos não têm a agilidade dos antigos”, afirma Everson Craveiro, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.
Avelleda diz que a manutenção da linha é feita por uma concessionária e que a CPTM fiscaliza o serviço de perto, sem ter notado problemas. “A CPTM quer que o intervalo entre os trens seja menor, mas a estrutura de alimentação não acompanha isso.
A CPTM informou que planeja inaugurar três subestações de energia em outubro, está trocando todos os cabos e trilhos da rede e comprou 105 trens desde 2007. “Os contratos terminam em dois anos. Até lá, estaremos em outro patamar”, promete Avelleda.
Fonte: Jornal da Tarde - 19 de Agosto de 2010