segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ferroviário de rede aérea da CPTM cria maquina para confeccionar barbatanas de isoladores de rede com restos de sucatas



Na foto: Máquina criada por Luiz 
Criatividade e força de vontade foi o que motivou o ferroviário de rede aérea da CPTM em Domingos de Moraes (SP), Luiz Carlos Barreiros, 57 anos, inventar com restos de sucata uma “Maquina de Confecção de Barbatanas para Isolador de Rede”.

Nosso Sindicato foi até o local para conhecer a máquina e entender como tudo começou.

A ideia surgiu em 2010 quando a peça fornecida pelo fabricante começou a queimar os isoladores de rede devido a um problema nas barbatanas que eram muito curtas e com a ineficiência e insuficiência do fornecedor em atender a demanda de trens, levou o pessoal da oficina a produzir outras barbatanas maiores para manutenção do equipamento.

A confecção das barbatanas era realizada por duas pessoas especializadas que, demoravam em media uma hora para deixá-las prontas.
Na foto: Isolador com barbatanas do fornecedor

Foi quando Luiz Carlos, através do desenho de um suprimento da própria oficina, começou a reunir restos de sucatas que com algumas adaptações, transformou-se em uma maquina capaz de produzir uma barbatana em poucos minutos com apenas um funcionário para operá-la.

“Eu comecei a observar diversos materiais, mas o que realmente me deu uma diretriz, foi o desenho de um suprimento. Dali então comecei a projetar a composição da máquina e como fazê-la funcionar”, disse Luiz.

Já nos primeiros testes as barbatanas trouxeram resultados positivos e alguns meses depois, a máquina criada por ele, foi exposta pelo supervisor do setor em um workshop realizado pela empresa.

Na foto: Barbatanas produzidas
na máquina criada por Luiz
Porém, diferentemente de outras empresas que reconhecem todos os o envolvidos em um projeto, como por exemplo, a CBTU, que na semana passada fez questão de declarar publicamente a descoberta de seus funcionários, a CPTM imediatamente presenteou o “apresentador” e adotou a ideia como solução do problema, mas nem sequer reconheceu a paternidade de Luiz no projeto.

“Não projetei a maquina pensando em ganhar um prêmio, fiz isso para ajudar a nossa equipe, porém, quando foi para apresentar a ideia, achei que merecia mais reconhecimento”, declarou Luiz.

De acordo com o próprio supervisor, foi realmente Luiz quem fez a máquina, ele apenas o subsidiou com a ideia de um parafuso que ajudou na estabilidade da peça durante a confecção, depois, a pedido da empresa montou uma apresentação.

No inicio de 2011, a empresa passou a substituir as peças do fabricante, pelas produzidas na máquina de Luiz. Melhorando a eficiência e diminuição na manutenção dos isoladores.

Por Camila Mendes / Da Redação