Bruno Covas |
O Sindicato dos Ferroviários de Trens de Passageiros da Sorocabana está se adiantando as eleições municipais em São Paulo, em 2012, abrindo espaço para que os eventuais pré-candidatos dos vários partidos manifestem opiniões sobre algumas perguntas que formulamos em comum a todos.
Nosso objetivo maior é promover o debate sobre a questão do transporte de pessoas sobre trilhos na cidade de São Paulo, antes das eleições.
Bruno Covas (PSDB) foi o primeiro a atender nosso convite.
Sinferp - Desde a erradicação dos bondes, nos idos da década de 50 do século passado, a cidade de São Paulo nunca mais fez uso de trilhos como meio de transporte público de pessoas, exceto os operados e mantidos pela CPTM e pelo Metrô, empresas administradas pelo Governo do Estado. Por que o município mais rico do país não investe em transporte de pessoas sobre trilhos?
Bruno Covas - O município deve investir em transporte sobre trilhos também. Um dos principais desafios deve ser o investimento na melhoria, ampliação e rapidez dos corredores de ônibus. Ao lado disso, o município deve buscar alternativas de transporte sobre trilhos. Mais do que uma solução de transporte, os sistemas sobre trilhos também contribuem para a revitalização dos centros urbanos degradados, são grandes indutores de desenvolvimento regional, no caso das ligações de longo percurso e contribuem para o desenvolvimento industrial, econômico e social.
Sinferp - Ainda que de forma difusa, onde lhe ocorre, na cidade de São Paulo, o emprego de transporte de pessoas sobre trilhos (trem, metrô, monotrilho, Vlt ou aeromóvel) como meio para desafogar o tráfego de veículos automotivos, e reduzir os níveis de poluição sonora e do ar?
Bruno Covas - O transporte público sobre trilhos tem um papel fundamental no transporte de pessoas, contribuindo para a solução dos problemas de mobilidade em cidades como São Paulo, por exemplo. Os sistemas sobre trilhos reduzem os tempos de viagem e utilizam energia limpa e renovável. Suas operações resultam em taxas muito baixas de geração de gases de efeito estufa e de poluição local, o que contribui com a saúde da população. Ou seja, tem condições de ser implantado em toda a cidade, mediante elaboração de um projeto para verificar a viabilidade para o local.
Sinferp - Fosse prefeito, faria tais investimentos com recursos do município (ainda que na forma de PPPs) ou apenas cobraria ações do governo do Estado, como tem sido prática da maioria dos prefeitos nas últimas décadas?
Bruno Covas - Investimentos do município, não apenas nos corredores, mas nas soluções sobre trilhos. .