sexta-feira, 23 de agosto de 2013

CLIPPING SINFERP/ 2008: Ferroviários no Metrô - Tempos modernos... práticas antigas

Na época do regime militar – ditadura, a polícia militar e o exército eram “pau para toda obra”, prendiam, torturavam, julgavam e executavam. Na década de 70, quando sugiram as primeiras greves, eram eles que, além da repressão, substituíam os trabalhadores paredistas.

Atualmente, o Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Transportes Metropolitanos está adotando prática similar, numa atitude autoritária, a partir de meados de maio e início de junho (2008), em todas as linhas da CPTM agentes operacionais foram escalados para fazerem treinamento nos equipamentos de fluxo e arrecadação na Companhia do Metropolitano para numa eventual greve dos metroviários, os ferroviários operarem as bilheterias e linhas de bloqueios do Metrô.

A pressão ficou evidenciada na forma de convocação dos participantes dos cursos: a grande  maioria dos empregados chamados tinha menos de 2 anos de Empresa.

A Empresa não respeitou nem as escalas, ignorou folgas, horário e local de trabalho, simplesmente ordenou que os empregados se apresentassem, ora no CCO da Vergueiro, ora no prédio da Augusta.

Ferroviários no Metrô: Tempos modernos... práticas antigas

Opinião

Com a aproximação da assembleia geral dos metroviários para a decisão do movimento paredista, até os agentes operacionais da CPTM que ainda não tinham feito o treinamento foram designados a ficarem de “sobreaviso” para se apresentarem ao Metrô. Tinha empregados que trabalharam até as 22 horas e, se houvesse greve, iriam se apresentar às 4 horas da manhã do dia seguinte.
Essa situação toda nos remete a uma série de questionamentos e reflexões:

Os metroviários recebem adicional de risco de vida. Os ferroviários também receberiam?

Os metroviários recebem participação nos resultados (mais ou menos R$ 3.000,00). Os ferroviários também receberiam?

Quem se responsabilizaria por qualquer acidente que acontecesse? A CPTM ou o Metrô?

Com um quadro insuficiente, horas-extras em várias estações desde o ano passado, sobrecarregando ainda mais os trabalhadores, como a Secretaria dos Transportes pode fazer um plano de contingência com trabalhadores da CPTM para atender a necessidade de outra empresa?

Não é porque a Secretaria de Transportes Metropolitanos abrange as duas Empresas que ela pode, arbitrariamente, misturar as duas Companhias, inclusive por terem Acordos Coletivos de Trabalho diferentes.

Plano de contingência é uma necessidade de qualquer empresa, porém, não pode ser feito às pressas, sem critérios e sem respeitar Leis. Mais uma vez, o Governo do Estado e a CPTM tentam mostrar que estão acima do bem e do mal!

Por Múcio Alexandre Bracarense - dirigente Sindical – Publicado no jornal O Movimento em julho de 2008.