Na época do regime militar –
ditadura, a polícia militar e o exército eram “pau para toda obra”, prendiam,
torturavam, julgavam e executavam. Na década de 70, quando sugiram as primeiras
greves, eram eles que, além da repressão, substituíam os trabalhadores
paredistas.
Atualmente, o Governo do Estado
de São Paulo por meio da Secretaria de Transportes Metropolitanos está adotando
prática similar, numa atitude autoritária, a partir de meados de maio e início
de junho (2008), em todas as linhas da CPTM agentes operacionais foram
escalados para fazerem treinamento nos equipamentos de fluxo e arrecadação na Companhia
do Metropolitano para numa eventual greve dos metroviários, os ferroviários operarem
as bilheterias e linhas de bloqueios do Metrô.
A pressão ficou evidenciada na
forma de convocação dos participantes dos cursos: a grande maioria dos empregados chamados tinha menos
de 2 anos de Empresa.
A Empresa não respeitou nem as
escalas, ignorou folgas, horário e local de trabalho, simplesmente ordenou que
os empregados se apresentassem, ora no CCO da Vergueiro, ora no prédio da
Augusta.
Ferroviários no Metrô: Tempos
modernos... práticas antigas
Opinião
Com a aproximação da assembleia
geral dos metroviários para a decisão do movimento paredista, até os agentes
operacionais da CPTM que ainda não tinham feito o treinamento foram designados
a ficarem de “sobreaviso” para se apresentarem ao Metrô. Tinha empregados que trabalharam
até as 22 horas e, se houvesse greve, iriam se apresentar às 4 horas da manhã
do dia seguinte.
Essa situação toda nos remete a
uma série de questionamentos e reflexões:
Os metroviários recebem adicional
de risco de vida. Os ferroviários também receberiam?
Os metroviários recebem
participação nos resultados (mais ou menos R$ 3.000,00). Os ferroviários também
receberiam?
Quem se responsabilizaria por
qualquer acidente que acontecesse? A CPTM ou o Metrô?
Com um quadro insuficiente,
horas-extras em várias estações desde o ano passado, sobrecarregando ainda mais
os trabalhadores, como a Secretaria dos Transportes pode fazer um plano de
contingência com trabalhadores da CPTM para atender a necessidade de outra
empresa?
Não é porque a Secretaria de
Transportes Metropolitanos abrange as duas Empresas que ela pode, arbitrariamente,
misturar as duas Companhias, inclusive por terem Acordos Coletivos de Trabalho
diferentes.
Plano de contingência é uma
necessidade de qualquer empresa, porém, não pode ser feito às pressas, sem
critérios e sem respeitar Leis. Mais uma vez, o Governo do Estado e a CPTM tentam
mostrar que estão acima do bem e do mal!
Por Múcio Alexandre Bracarense - dirigente Sindical – Publicado no
jornal O Movimento em julho de 2008.