Foto Ilustrativa / Fonte: Folha UOL |
Quando alguém toma uma decisão equivocada tem o dever moral
de reconhecer e reparar o erro, isto é óbvio, ou deveria ser. Ainda mais se
tratando de gerir uma empresa ligada ao Estado, mantida com o dinheiro de
nossos impostos e que tem um Plano de Expansão a pleno vapor.
Pois bem vamos aos fatos:
O Governo do Estado de São Paulo tem feito uma forte
propaganda para anunciar seu mais novo projeto de Expansão que prevê, entre
outras coisas, trens novos, modernização e construção de estações. Nesta
empreitada serão usadas toneladas de aço borracha e tinta. Até aí nenhuma
novidade, qualquer reforma exige material, mão- de-obra e muito dinheiro - mas
é aí que reside o problema.
Um dia desses pela manhã estava esperando o trem na
plataforma da Barra Funda, observei que o trem sentido Júlio Prestes deixa um
grande número de usuários, que para saírem desta plataforma, a fim de acessar o
Metrô ou sair do sistema, tem que enfrentar duas estreitas escadas rolantes ou
duas escadas fixas um pouco mais largas e mal posicionadas nas extremidades da plataforma.
Reza a lenda que quando a estação estava sendo projetada no
terreno que outrora era o pátio de manobras da extinta FEPASA, os responsáveis pelo sistema ferroviário foram consultados quanto
ao número exato de escadas rolantes a serem instaladas, aí alguém decidiu que
duas dariam conta do recado.
Hoje basta ficar quinze minutos observando para constatar o
enorme erro de cálculo.
Utilizando as quatro escadas disponíveis, o último usuário
deixa a plataforma quase 4 minutos após a partida do trem, hoje o intervalo
entre trens no horário de pico é de 7 minutos com previsão de diminuição para 5
minutos. Não é uma questão de matemática, mas simples aritmética, ou seja, diminui-se
o intervalo dos trens, aumentando o número de passageiros na plataforma
aguardando para subir. Então, também neste caso, mais uma vez alguém tem uma ideia
de realizar algo grandioso que acaba esbarrando na mediocridade de outra pessoa
com uma visão estreita do futuro e que hoje vai preferir ficar no anonimato. A
pergunta que não quer calar é “quem paga pelo erro?”
A propaganda diz que toda esta reforma vai dar um padrão
Metrô aos trens da CPTM, eu pergunto, “o nosso padrão é tão ruim assim?”, tenho
certeza que não! Temos bons profissionais trabalhando em nossos quadros, mas
tivemos por anos a fio, maus gestores, que paulatinamente promoveram o desmonte
de áreas vitais ao bom desempenho dos serviços de manutenção. Ela aproveitou um
erro dela mesmo e achou ter motivos suficientes para terceirizar aquele serviço
antes bem prestado pelo ferroviário.
Ao longo dos anos perdemos um grande número de ferroviários
para o Metrô, seduzidos por um Plano de Carreira bem mais definido.
Pois é companheiro, esta é a política de precarizar para
terceirizar e privatizar maus gestores provocam a precarização dos serviços,
depois propõe a terceirização. Tudo “em nome das melhorias” e, por fim, ainda
dizem que a iniciativa privada tem mais capacidade para administrar. Novamente
pergunto “quem paga pelo erro?”
Agora você já sabe, o Motor da Decadência é a Incompetência
dos maus gestores que se escondem no anonimato de salas e gabinetes torcendo
para serem esquecidos, para depois voltarem a atacar de novo, em outra empresa ou
setor como um vírus reiniciando o ciclo do desmonte!
Artigo de Evangelos Loucas (Grego) - Dirigente do SINFERP