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O governo do Estado e o MPT (Ministério Público do Trabalho) em Campinas articulam a criação de uma força-tarefa para combater o trabalho degradante de estrangeiros, especialmente bolivianos, em oficinas de costura clandestinas na região. Os órgãos vão buscar apoio de prefeituras para formulação de políticas públicas.
Semana passada, uma confecção que usava mão de obra de bolivianos, alguns em situação irregular no País, foi lacrada pelo MPT em Nova Odessa. O órgão apura se grandes marcas usavam o serviço da fábrica. Em maio, o MPT revelou que uma confecção no bairro São Vito, em Americana, funcionava com alojamentos precários e mantinha mão de obra irregular de estrangeiros.
Ontem, representantes do Cipetp (Comitê Interestadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas), órgão da Secretaria Estadual de Justiça, se reuniram com a procuradora-chefe do MPT (Ministério Público do Trabalho) em Campinas, Catarina von Zuben, para discutir estratégias de combate ao trabalho degradante na região.
Prefeituras
Um dos focos da iniciativa é mapear as cidades onde o problema é encontrado com mais frequência para criar ações conjuntas. A presidente do comitê, Maria Ivone Aranha, explicou que prefeituras da região serão contatadas.
No polo têxtil, que compreende Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré, o foco da ação serão as tecelagens.
Segundo o MPT, em cidades como Americana, já há até sobrecarga dos serviços públicos de saúde e educação decorrente da vinda de mão de obra estrangeira.
“Queremos que o trabalhador, independente de sua nacionalidade, tenha dignidade, que não seja explorado. Os bolivianos fazem parte do contexto de nosso trabalho de luta contra abusos que vêm sendo revelados nessa região”, disse Maria.
Para o próximo encontro, que deve ser realizado mês que vem, empresários do Sesi (Serviço Social da Indústria) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) serão convidados a participar.