segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Trens sem Maquinista? (Artigo)

Imagem: Tramvia.org 
Há muito tem se falado em tecnologias que substituem a presença do ser humano para as mais variadas tarefas, a cada dia se tornam uma realidade em locais públicos. Como um exemplo disso nós temos máquinas de venda de salgados, livros, bilheterias automáticas em estações e, a mais recente, trens conduzidos sem a presença do maquinista.

A mais nova engenhoca, implantada nos trens do metrô na linha privatizada, Quatro Amarela, vem causando polêmica, especialmente nos trabalhadores da área.

Sabendo que este é um assunto é um dos maiores temores dos trabalhadores, o Sindicato participou da 17ª semana de Tecnologia Metroferroviária, realizada de 13 a 16 de Setembro deste ano, onde foram apresentados painéis de discussão sobre os mais variados temas.

Sr. Gerad Yelloz, Presidente da SIEMENS de Paris 
Alguns me chamaram mais atenção, dentre eles, “Paris Linha 1: Os desafios da migração para tecnologias Driverless”, apresentado pelo Sr. Gerard Yelloz, Presidente da SIEMENS de Paris e uma das maiores autoridades no assunto, “Diferenças entre as tecnologias da operação DTO – Driverless (sem condutor a bordo) e UTO – Unattended Operation (sem nenhum agente a bordo), apresentada pelos Srs.Tadashi Nakagawa da Brain Engenharia e Peter Alouche da PA Transport Consulting – PATC.

Durante a apresentação ficou claro que, estas tecnologias dificilmente serão implantadas na CPTM, devido às características da Ferrovia é impossível implantar e utilizar esta tecnologia pelo menos a curto e médio prazo.
Mesmo assim, perguntei ao Sr. Tadashi Nakagawa se conhecia alguma ferrovia com tais sistemas implantados, ao que ele respondeu prontamente, “Não conheço nenhuma ferrovia com DTO ou UTO implantados nem que seja para testes”.

Também questionei se a decisão para implantação destes sistemas era técnica ou econômica e a resposta foi, “ambas as coisas”, pois, o foco é eliminar erros humanos, atrasos no embarque e desembarque que, em 60% dos casos são provocados por usuários. Além disso, o sistema é 20% mais econômico do que a operação usual e o retorno deste investimento se dá em apenas 8 (oito) anos, sim senhores, ele é mais barato do que manter o maquinista na cabine e o retorno financeiro é mais rápido que a franquia de uma rede de lanchonetes conhecidas por todos nós.

Para concluir podemos dizer que tal tecnologia ainda está distante de nossos postos de trabalho, mas não podemos descartar a ideia,  de que isto se torne realidade um dia, afinal, basta segregar totalmente nossa via e colocar barreiras físicas nas plataformas para impedir invasão na via e a implantação do sistema torna-se viável.

O futuro está aí ele não é sombrio apenas desafiador!

Por Evângelos Loucas (Grego) – Dirigente Sindical 

Informações : 

Para quem quiser conferir a  apresentação sobre Driverless na íntegra, é só acessar o link : 

http://biblioteca.aeamesp.org.br/smns/17smtf110916t3901.pdf