Os ferroviários da CPTM, que transportam em média 2,12 milhões de passageiros/dia, entre as 89 estações de 22 dos 39 municípios que formam a macrometrópole de São Paulo, estão, ao exemplo de todos os trabalhadores brasileiros, em período de negociação coletiva da categoria.
E eu com isso? - poderá se perguntar o leitor.
Sendo ou não usuário dos trens metropolitanos, não tem mesmo nada com isso. É um problema dos ferroviários, seu sindicato e a empresa. Sabemos disso.
Estamos, entretanto, em respeito ao imenso número de pessoas que todos os dias fazem uso de nossos serviços para ir e vir do trabalho, da escola, das compras ou mesmo de um passeio, informando que faremos o possível para não paralisar o sistema, pois temos consciência do transtorno que isso representa na vida de todos.
Como todos os trabalhadores, porém, algumas vezes não resta outro caminho para lutar ao menos por um mínimo de dignidade pessoal e profissional.
Depois de muitas rodadas de negociação, o governo do Estado de São Paulo oferece aos ferroviários da CPTM um reajuste de 1,75% sobre os salários, quando, a inflação do período, de acordo com os órgãos oficiais, é de 5,32%.
Isso significa, na prática, reduzir o poder de compra do ferroviário que, como outro trabalhador, precisa honrar seus compromissos pessoais e familiares por intermédio de seu salário. Subiu o preço da tarifa de transporte, como sobem os preços de todos os serviços públicos, e também o ferroviário é refém da escalada inflacionária.
Esta manifestação, na porta da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, junto a outras categorias expostas a essa mesma situação no mínimo injusta, é a última tentativa de demover o governo de sua intransigência.
Estamos esgotando todos os recursos antes de fazermos uso legítimo do direito de greve, como forma de resgatar ao menos o poder de compra de nossos salários.
Queremos apenas que todos saibam de nossos esforços e dos motivos de uma eventual paralisação dos trens metropolitanos na capital e Grande São Paulo.