quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O descarrilamento do trem da CPTM - relato de diretor do sindicato

Ontem, 14 de Dezembro, após saber descarrilamento com um trem da Série 5000, com passageiros a bordo, entre as Estações Comandante Sampaio e Osasco na Linha 8 da CPTM, me dirigi ao local para acompanhar a equipe de Socorro.

A primeira situação encontrada no local foi em relação à dificuldade dos usuários em desembarcar na Via sem escadas apropriadas e terem que caminhar pelos trilhos até a Estação mais próxima e subir na plataforma.

Pobre usuário com sua roupa limpa, com seu sapato de salto, com suas sacolas, com seus filhos ou crianças de colo ou com deficiência física, enfim, pobre usuário pobre.

Outro martírio passou a equipe de socorro em função da dificuldade de acesso e material obsoleto com que faz seu já difícil e perigoso trabalho de colocar o trem de volta nos trilhos e restabelecer a circulação.

Além do mais, flagrei diversos trabalhadores sem os Coletes reflexivos andando sobre a Via, inclusive gestores da empresa que estiverem no local.

Há muitos anos que as equipes de manutenção de restabelecimento solicitam à CPTM acesso à Via através de portões instalados em locais específicos, mas seus pedidos não foram ignorados pela empresa.

Em 2007, quanto assumi o cargo de vice-presidente da CIPA 7 (Manutenção), protocolei o pedido dos trabalhadores através da CI. 014/07, mas, mais uma vez nada de atitude por parte da empresa em resolver o problema, prefere que os trabalhadores se desloquem por longo trecho pela Via com equipamentos, quando não, os usuários passam por isso, sufoco que pode ser minimizado pela empresa.

O argumento do Presidente anterior Sergio Aveleda, é a de que, os portões trariam mais ocorrências devido às invasões na Via Ferrea.

Será que é tão dificultoso para uma empresa do porte da CPTM administrar este tipo de acesso? Além do mais, diminuiria os riscos de acidentes com empregados e usuários em casos emergenciais.

Fica aqui este relato lembrando que entrarei em contato com a CPTM para cobrar providencias.

Quanto ao fato que desencadeou o Acidente, nada foi dito, pois após o trem ser recolocado nos trilhos, este foi enviado à Oficina e, segundo a equipe de manutenção, até o presente momento não foi possível avaliar o que ocasionou o descarrilamento em função da morosidade da CTRENS em efetivar a perícia no Trem.

Por Alessandro Viana - Dirigente Sindical